Comitê Olímpico Russo Confirma Participação nos Jogos de Paris Apesar das Restrições


Maria Melo

eduarda.mfrota@gmail.com

Nesta quinta-feira (14), o presidente do Comitê Olímpico Russo (ROC), Stanislav Pozdnyakov, afirmou que a Rússia não irá boicotar os Jogos Olímpicos de Paris deste ano, apesar das restrições impostas aos atletas como consequência da invasão da Ucrânia.

"Não tomaremos o caminho do boicote aos Jogos. Sempre apoiaremos nossos atletas", declarou Pozdnyakov em comentários veiculados pela agência de notícias estatal RIA. No entanto, ele ressaltou que as condições estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) são consideradas ilegítimas, injustas e inaceitáveis pelo ROC.

O COI anunciou que os atletas russos e belarussos que se qualificarem para os Jogos de Paris poderão participar como neutros, sem a exibição de bandeiras, emblemas ou hinos nacionais de seus países. Eles competirão apenas em esportes individuais, e equipes compostas por atletas dos dois países não serão permitidas. Além disso, aqueles que apoiam ativamente a guerra na Ucrânia ou são contratados pelas Forças Armadas russas ou belarussas não serão elegíveis.

A decisão do COI gerou protestos por parte da Rússia, que discorda das restrições impostas aos seus atletas. Anne Hidalgo, prefeita de Paris, expressou sua preferência de que os russos e belarussos não participassem dos Jogos, destacando a gravidade da situação na Ucrânia.

O histórico da Rússia em relação a boicotes e punições olímpicas é marcado por controvérsias. Em dezembro, o presidente Vladimir Putin levantou dúvidas sobre a participação russa nos Jogos de Paris, sugerindo que o país deveria ponderar sua participação caso o evento retratasse o esporte russo de forma negativa. Os atletas russos já competiram em Olimpíadas anteriores sem exibir sua bandeira ou hino nacional, devido a escândalos de doping.

Esta não é a primeira vez que os Jogos Olímpicos são afetados por questões políticas. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram as Olimpíadas de Moscou de 1980 em resposta à invasão soviética do Afeganistão, enquanto a União Soviética e seus aliados retaliaram com um boicote aos Jogos de Los Angeles de 1984.



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